CCR Anuncia megaoperação de venda: 20 aeroportos e ativos de mobilidade entram no mercado
Em busca de R$ 10 bilhões, gigante da infraestrutura contrata quarteto de bancos de investimento para maior reestruturação de sua história
A CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, iniciou um processo histórico de reestruturação de seu portfólio com a contratação de quatro prestigiados bancos de investimento para coordenar a venda de 20 aeroportos na América Latina e participações em cinco ativos de mobilidade no Brasil. A operação, que pode movimentar até R$ 10 bilhões, representa uma das maiores reorganizações do setor de infraestrutura na América Latina nos últimos anos.
Estrutura da operação
De acordo com informações exclusivas obtidas pela Bloomberg News, a empresa dividiu a operação em duas frentes principais:
Venda de Aeroportos: Lazard e Itaú BBA foram contratados para estruturar a venda dos 20 aeroportos
Ativos de Mobilidade: Goldman Sachs e BTG Pactual coordenarão a venda de participações em ativos de mobilidade urbana
Portfolio aeroportuário
A CCR atualmente administra uma extensa rede de 20 aeroportos, sendo:
No Brasil (17 aeroportos):
Aeroporto Internacional Afonso Pena (Curitiba)
Aeroporto de Bacacheri (Curitiba)
Aeroporto de Foz do Iguaçu
Aeroporto de Navegantes
Aeroporto de Londrina
Aeroporto da Pampulha (Belo Horizonte)
Aeroporto de Goiânia
Aeroportos de São Luís e Imperatriz (MA)
Aeroporto de Palmas (TO)
Aeroporto de Teresina (PI)
Aeroporto de Petrolina (PE)
Entre outros terminais regionais
Internacional (3 aeroportos):
Aeroporto Internacional Juan Santamaria (Costa Rica)
Aeroporto Internacional de Curaçao
Aeroporto no Equador
Motivações e estratégia
A decisão de venda faz parte de uma estratégia mais ampla da CCR, que visa:
Redução do endividamento
Aumento de investimentos em áreas estratégicas
Foco em operações no Brasil, principalmente no setor rodoviário
Concentração em grandes centros urbanos
Impacto no mercado
O anúncio já teve reflexos positivos no mercado:
Ações da CCR registraram alta de 12% em 2025
Desempenho superior ao Ibovespa, que subiu 2,5% no mesmo período
Recuperação após queda de 28% em 2024
Próximos passos
O cronograma previsto indica:
Prioridade para a venda dos ativos aeroportuários até o final de 2025
Negociação dos ativos de mobilidade prevista para 2026
Pelo menos seis empresas já demonstraram interesse nos ativos
Contexto do setor
A CCR mantém uma posição dominante no setor de infraestrutura brasileiro:
35% de market share no setor rodoviário
70% do EBITDA ajustado provém das rodovias
Os aeroportos internacionais representam mais de 60% do lucro da unidade aeroportuária
A movimentação da CCR reflete uma tendência de reorganização no setor de infraestrutura brasileiro, com empresas buscando otimizar seus portfólios e focar em áreas de maior rentabilidade e eficiência operacional. A venda desses ativos deve atrair interesse significativo de investidores nacionais e internacionais, considerando a qualidade e a relevância estratégica dos ativos em questão.