COVARDIA E OPORTUNISMO: Novo padre de Fernando de Noronha usa judiciário para despejar hospedaria que mantém projeto sócio-cultural e família instalada na Casa Paroquial desde a década de 60
Com apoio do arcebispo Paulo Jackson, eles usaram um relatório informal que foi contestado pela própria autora, uma assistente social que se disse 'surpresa' com uso indevido do documento
Resumo
O artigo aborda a polêmica envolvendo o padre Weslley de Souza e o arcebispo Paulo Jackson Nóbrega de Souza, que utilizaram meios judiciais para despejar a hospedaria e restaurante que além de atender o público, desenvolve projetos sócio-cultural, o restaurante e hospedaria Muzenza, instalado no Casarão, também conhecida como antiga Casa Paroquial em Fernando de Noronha (a igreja nunca usou o imóvel para padres residentes). A ação gerou conflitos com a comunidade local, que desmentiu as alegações de ‘ausência de moradores’ (até uma criança de 3 anos residia no local), destruição e abandono do imóvel. O caso expõe um embate entre interesses institucionais e os direitos históricos da família fundadora da primeira pousada da ilha e primeiro restaurante agregando o projeto sócio-cultural Muzenza e que tem a posse há décadas e que cuida do casarão que é um patrimônio cultural da ilha.
Pontos-Chave
O padre Weslley de Souza chegou a Fernando de Noronha e iniciou um processo para despejar o projeto cultural Muzenza, alegando destruição do patrimônio e desvio de finalidade na Casa Paroquial.
O Muzenza era um projeto sócio-cultural que promovia atividades culturais, funcionava como restaurante e hospedaria, sendo um ponto de encontro de moradores e turistas.
O padre utilizou um relatório informal, elaborado sob pressão por uma assistente social, para justificar judicialmente que o imóvel estava desocupado e destruído.
A assistente social relata ter sido coagida a realizar o relatório e se surpreendeu ao saber que ele foi usado no processo judicial.
O casarão é um patrimônio histórico-cultural da ilha desde 1964, utilizado por Maria do Carmo Dias ("Dona Pituca"), e desde então tem sido administrado pela família Barbosa Dias.
A família possuía o direito de uso misto do imóvel (TPU), reconhecido oficialmente na década de 1970.
Em dezembro de 2024, Mônica Barbosa Dias e Leandra Teixeira, neta de Dona Pituca e sua filha menor de 3 anos, herdeira de Dona Pituca, foi despejada à força de sua residência na Casa Paroquial, em uma ação que envolveu oficiais de justiça e policiais armados.
Após a desocupação, Mônica passou a viver em condições precárias e teve o fornecimento de energia cortado, sem resolução por parte das autoridades locais.
Mônica denunciou coação ao ser pressionada a negociar a religação da energia em troca de abrir mão dos direitos sobre o casarão, em uma reunião sem advogado ou pessoa de confiança.
Leandra e sua filha Marina de 3 anos, ficaram sem teto.
O Muzenza é um importante centro cultural e econômico da ilha, promovendo cultura e empregando trabalhadores locais, além de ser a principal fonte de sustento da família.
A família e o Muzenza afirmam respeitar a Justiça, mas esperam que a decisão judicial seja reconsiderada.
Quando o padre Weslley Souza aportou no paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha (PE) em 2023 ele não tinha uma visão clara sobre a ilha principal. Tão logo chegou, ele viu que a Casa Paroquial, ocupada desde a década de 60 por uma família residente na ilha, estava sendo utilizada pelo Muzenza, um restaurante e hospedaria que desenvolve projetos sócio-cultural que, além de oferecer uma série de atividades para os moradores de Noronha, também manteve a tradição de ser moradia, além de restaurante durante a noite, o local funcionava como pizzaria com música ao vivo, reunindo moradores e turistas.
Funcionava.
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