EUA à beira do abismo: Bloomberg alerta para colapso fiscal iminente
Dívida americana deve ultrapassar 200% do PIB em 30 anos, enquanto governo Trump amplia déficit com novos cortes de impostos
Em um alerta contundente que tem recebido pouca atenção da mídia americana, o bilionário e ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, advertiu que os Estados Unidos estão caminhando rapidamente para um colapso fiscal sem precedentes. A análise, publicada pela Bloomberg Opinion, baseia-se nas recentes projeções do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA (CBO), que pintam um cenário alarmante para as finanças públicas americanas.
Atualmente, o governo federal americano gasta cerca de US$ 7 trilhões anualmente, mas arrecada apenas US$ 5 trilhões em impostos, gerando um déficit superior a 6% do PIB – número considerado extremamente elevado para uma economia próxima do pleno emprego. Segundo as projeções do CBO, esse nível de endividamento deve permanecer ou até aumentar nas próximas décadas.
"A dívida pública aumentará para 100% do PIB neste ano e para 118% em 2035 – e continuará aumentando daí em diante", alerta Bloomberg em seu artigo. O cenário se torna ainda mais sombrio quando consideradas as políticas fiscais da atual administração Trump.
Políticas fiscais agravam a crise
Enquanto um Congresso responsável deveria priorizar a redução do déficit, os republicanos discutem maneiras de ampliar ainda mais o endividamento público. Entre as propostas está a prorrogação das disposições da Lei de Cortes de Impostos e Empregos de 2017, que expiraria no final deste ano.
De acordo com Bloomberg, a prorrogação total dessa lei aumentaria a dívida nacional em aproximadamente US$ 5 trilhões na próxima década e em impressionantes US$ 40 trilhões em 30 anos. Com isso, a relação dívida/PIB poderia ultrapassar 200% em três décadas – um nível insustentável para qualquer economia.
O bilionário também descarta soluções simplistas frequentemente apresentadas pelos republicanos. As receitas adicionais provenientes de tarifas, por exemplo, não seriam suficientes para equilibrar as contas. Na verdade, Bloomberg argumenta que o impacto sobre a receita geral provavelmente será negativo, pois as tarifas tendem a reduzir a atividade comercial e a criação de empregos.
Da mesma forma, a economia gerada com a redução da folha de pagamento do governo federal – tema frequente nos discursos da administração Trump – teria efeito insignificante na contenção do déficit orçamentário.
Consequências devastadoras
O alerta de Bloomberg não é apenas sobre números abstratos. Ele aponta para consequências concretas e devastadoras caso o país mantenha o atual curso fiscal.
"Em algum momento, muito antes de a dívida atingir níveis estratosféricos, os mercados financeiros – se não os eleitores – dirão basta", adverte o empresário. "Os preços dos títulos entrarão em colapso, as taxas de juros de longo prazo aumentarão e o governo ficará inadimplente – seja explicitamente ou sob o manto de uma inflação crescente."
Além disso, os cortes de programas e serviços públicos já em andamento começarão a afetar diretamente a vida dos americanos. "Quando eles virem que os parques públicos estão fechados, que o atendimento médico está em declínio e que as mortes por doenças infecciosas se tornaram mais comuns, ficarão furiosos", prevê Bloomberg.
O caminho para a sustentabilidade fiscal
Para Bloomberg, a única solução viável é uma abordagem equilibrada que combine aumentos moderados de impostos e cortes criteriosos nos gastos. Ele reconhece que alguns elementos da Lei de Redução de Impostos e Empregos merecem ser preservados, como a dedução maior do imposto de renda padrão e os incentivos mais fortes ao investimento, pois favorecem o crescimento econômico.
No entanto, qualquer extensão dessas medidas deve ser acompanhada por reduções substanciais nos gastos e aumento geral de impostos, para proporcionar uma diminuição significativa nos déficits projetados.
"O Congresso já adiou demais, mas o custo de adiar ainda mais – e pior, agravar o problema com gastos adicionais com o déficit – terá consequências econômicas devastadoras", conclui Bloomberg.
Em um momento em que as atenções da mídia e do público americano estão voltadas para escândalos políticos e disputas partidárias, o alerta de Bloomberg sobre a situação fiscal do país permanece como um lembrete sombrio de que os maiores perigos para a economia americana podem estar "escondidos à vista de todos".
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