Gilmar Mendes classifica denúncia contra Bolsonaro como singular e mais grave que Mensalão e Lava Jato
Ministro destaca a seriedade dos fatos e reforça solidez das provas apresentadas pela Polícia Federal
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 investigados é um caso singular e sem precedentes na história recente do país.
Para Mendes, a gravidade da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 supera escândalos anteriores julgados pela Corte, como o Mensalão e a Operação Lava Jato.
Segundo o ministro, o inquérito conduzido pela Polícia Federal reúne provas robustas, incluindo registros de reuniões, vídeos e um plano manuscrito encontrado com assessores do ex-ministro Walter Braga Netto, detalhando medidas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A denúncia da PGR pede que Bolsonaro seja condenado a 34 anos de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, organização criminosa armada e deterioração do patrimônio público.
Entre os denunciados estão figuras de alto escalão do governo Bolsonaro, como os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno e Braga Netto, além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e do deputado Alexandre Ramagem (PL).
A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, analisará se aceita ou não a denúncia. Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro solicitou que os ministros Flávio Dino e Zanin sejam impedidos de julgar o caso, alegando suposta parcialidade.