Mais quatro detentos fogem do sistema prisional de Porto Velho
Fuga ocorreu enquanto os detentos realizavam trabalhos de ressocialização na área externa. As forças de segurança do estado estão atuando para recapturar os foragidos
Quatro detentos do Sistema Prisional de Porto Velho fugiram na sexta-feira (7) enquanto realizavam trabalhos de ressocialização em uma área externa. As forças de segurança do estado estão em alerta e atuam em conjunto para recapturar os foragidos e investigar as circunstâncias da fuga.
Os foragidos são de duas penitenciárias diferentes: Anderson Leonardo Galdino Beleza e Anderson da Silva Santos, que cumpriam pena na Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo, e Neverton da Costa Evangelista e Erick Ramon Rodrigues Saraiva, que estavam na Penitenciária Estadual Aruana.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que será aberta uma sindicância para investigar como a fuga ocorreu. Quem tiver informações sobre os foragidos deve acionar a Polícia Militar pelo número 190 ou a Polícia Civil pelo 197.
Serial killer segue foragido
João Luiz da Silva Filho, condenado por um brutal assassinato em Porto Velho, também conseguiu escapar do sistema prisional durante atividade laboral externa. O detento, que cumpria pena por um homicídio qualificado que chocou a capital rondoniense, estava sob custódia quando conseguiu empreender fuga.
O criminoso foi condenado em 2021 pelo assassinato de Alberto de Carvalho Andreoli, filho do conhecido jornalista Paulo Andreoli, proprietário do portal de notícias Rondoniaovivo. O crime, que aconteceu em 12 de abril de 2020 no bairro Embratel, foi marcado por extrema brutalidade: a vítima foi atingida por 10 facadas nas regiões do tórax, barriga e perna.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime foi caracterizado por crueldade excepcional. Mesmo após a vítima estar caída e sem reação, o agressor continuou o ataque por aproximadamente dois minutos, segurando-a pelos cabelos enquanto desferia golpes de faca, demonstrando uma "brutalidade fora do comum".
O motivo do crime, considerado fútil pela Justiça, teria sido a quebra de um capacete pertencente ao agressor. Esta motivação, somada à crueldade da execução e à impossibilidade de defesa da vítima, resultou em uma sentença de 22 anos em regime fechado.
O criminoso tem quatro homicídios e agora a tentativa de assassinato dentro da unidade prisional.
Fenacon cobra providências
A Federação Nacional dos Comunicadores (FENACOM) realizou, nesta sexta-feira (07), uma reunião com representantes do Governo de Rondônia para exigir explicações sobre a fuga de João Luiz da Silva Filho.
O encontro contou com a presença do Secretário de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), do Coronel Felipe Bernardo Vital, do Secretário de Justiça (Sejus), Marcos Rito, do Comandante-Geral da Polícia Militar de Rondônia, além do presidente da FENACOM, Ricardo Furtado da Frota, e dos jornalistas Juan Pantoja e Ricardo Frota.
"Isso foi uma retaliação absurda. Não duvido que essa fuga tenha sido facilitada. As datas falam por si só: fizemos uma denúncia, e logo depois o assassino do meu filho teve privilégios administrativos. Exigimos explicações e respostas concretas", declarou Andreoli.
Cobrando respostas das autoridades
Durante a reunião, a FENACOM realizou esclarecimentos e providências imediatas das autoridades estaduais. O Secretário de Segurança foi questionado sobre quais medidas estão sendo adotadas para esclarecer a fuga e evitar novos casos semelhantes. Já o Secretário da SEJUS precisou explicar as afirmações que permitiram que João Luiz da Silva Filho obtivesse o benefício de cela livre antes da evasão.
O Comandante-Geral da PM foi questionado sobre o andamento das buscas pelo crime e se há reforço no policiamento para garantir sua recaptura.
O presidente da FENACOM, Ricardo Frota, reforçou que a entidade seguirá instruções do governo para que os responsáveis sejam identificados e punidos. Ele alertou ainda sobre o impacto do caso para a liberdade de imprensa no estado.
Próximos passos
Diante da gravidade da situação, a FENACOM afirmou que não aceitará respostas evasivas e cobrará investigações rigorosas sobre o ocorrido. A entidade também declarou que acompanhará os desdobramentos do caso e exigirá total transparência do governo estadual.
Até o momento, a Secretaria de Segurança e a SEJUS não deram declarações públicas sobre a denúncia de possível favorecimento ao assassino dentro do presídio.