Popularidade de Lula cai e cenário eleitoral de 2026 aponta empate técnico com Bolsonaro
Pesquisa CNT de Opinião mostra aumento da rejeição ao presidente e crescimento da insatisfação com economia e segurança; veja a íntegra
A 163ª rodada da Pesquisa CNT de Opinião, realizada entre 19 e 23 de fevereiro de 2025, com 2.002 entrevistados e margem de erro de 2,2 pontos percentuais, revelou uma queda expressiva na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação positiva de seu governo caiu de 35% para 29%, enquanto a avaliação negativa aumentou de 31% para 44%. Além disso, a aprovação pessoal do presidente caiu de 50% para 40%, e sua desaprovação subiu de 46% para 55%.
O levantamento também aponta um cenário de forte polarização para as eleições presidenciais de 2026. Em um cenário de intenção de voto estimulada, Lula aparece com 30,3%, enquanto Jair Bolsonaro tem 30,1%, configurando um empate técnico. Além disso, 35% dos entrevistados afirmam preferir um candidato que não esteja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro, enquanto 31% se alinham ao ex-presidente Bolsonaro e 29% ao atual presidente Lula.
Em eventuais cenários de segundo turno, a pesquisa identificou empates técnicos entre Lula, Bolsonaro, Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas.
Insatisfação crescente com economia e segurança
A economia aparece como o maior problema do governo Lula, apontada por 32% dos entrevistados. A segurança vem em seguida, com 20%, seguida pela saúde, mencionada por 13% dos participantes. Os produtos que tiveram os maiores aumentos de preços percebidos foram café, carnes e grãos, acima dos índices oficiais de inflação.
As expectativas para os próximos seis meses refletem esse pessimismo. No campo do emprego, 41% acreditam que a situação deve piorar, enquanto apenas 27% esperam melhora. Quanto à renda mensal, 38% veem uma piora e apenas 25% acreditam em melhora. No setor da saúde, 46% têm uma visão negativa do futuro, contra 23% que esperam avanços. A segurança também é motivo de preocupação, com 48% dos entrevistados esperando piora, enquanto 22% acreditam que o cenário pode melhorar.
Denúncias contra Bolsonaro e impacto eleitoral
A pesquisa também abordou as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Segundo os dados, 56% dos entrevistados acreditam que há algum nível de participação de Bolsonaro, enquanto 41% dizem que ele não tem envolvimento. Sobre o desfecho do caso, 45% acreditam que ele será absolvido, contra 41% que preveem condenação. Além disso, a maioria dos entrevistados vê motivações políticas por trás das acusações.
Comparação com governos anteriores
A popularidade de Lula no segundo ano de seu terceiro mandato está inferior à de governos anteriores no mesmo período. Em fevereiro de 2005, no primeiro mandato, sua aprovação era de 43%, e em março de 2009, no segundo mandato, chegou a 62%. Dilma Rousseff, em fevereiro de 2013, registrava 54% de aprovação, enquanto Jair Bolsonaro, em fevereiro de 2021, tinha 33%.
Diante desse cenário de queda na aprovação e pessimismo econômico, a pesquisa CNT de Opinião sugere que o governo Lula enfrentará desafios significativos nos próximos meses, especialmente com um eleitorado dividido e uma disputa eleitoral de 2026 cada vez mais acirrada.
Veja a íntegra da sondagem da CNT