Presos de Rondônia postam nas redes sociais de dentro do presídio enquanto Secretário enfrenta pedido de impedimento
Denúncia contra gestão do sistema prisional de Rondônia revela falhas de segurança e casos de detentos com acesso a redes sociais
Em meio a uma grave crise no sistema prisional de Rondônia, que culminou com um pedido de impedimento contra o Secretário de Estado da Justiça, Marcus Castelo Branco Alves Semeraro Rito, dois detentos do presídio Urso Panda, em Porto Velho, têm conseguido burlar a segurança e postar fotos e vídeos nas redes sociais de dentro da unidade prisional.
Os detentos Vladeson C.F, preso na cela C4 do Panda, e Felipe L. D. B. S, que cumpre pena na cela B3, são exemplos das graves falhas de segurança no sistema. Vladeson responde por roubo qualificado, enquanto Felipe acumula condenações por tráfico de drogas e outros crimes.


O caso veio à tona através de um pedido de impedimento apresentado pelo jornalista Paulo Rogério da Costa Andreoli à Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. O documento expõe uma série de problemas na gestão do sistema prisional, incluindo:
Fuga de um membro do Comando Vermelho em dezembro de 2023
Operação da FICCO/RO que investigou esquema de corrupção em junho de 2024
Ausência de concurso público há mais de 14 anos
Existência de uma "portaria do silêncio" que impede servidores de divulgarem informações
A situação dos detentos com acesso a redes sociais soma-se a outros problemas graves, como a fuga do detento Rodrigo Thierre, que posteriormente participou do assassinato de um policial militar, evidenciando o descontrole na gestão penitenciária do estado
O pedido de impedimento, protocolado em 5 de março de 2025, solicita a destituição do Secretário Marcus Rito do cargo, alegando crimes de responsabilidade e atos contra a probidade administrativa e a segurança interna do Estado.
Outro caso
João Luiz da Silva Filho, condenado por um brutal assassinato em Porto Velho, conseguiu escapar do sistema prisional durante atividade laboral externa. O detento, que cumpria pena por um homicídio qualificado que chocou a capital rondoniense, estava sob custódia quando conseguiu empreender fuga. Ele já responde por quatro outros homicídios e ainda está foragido.
A facilidade com que os detentos mantêm perfis ativos nas redes sociais de dentro do presídio reforça as acusações de negligência e falta de controle no sistema prisional rondoniense, expondo fragilidades que podem comprometer a segurança pública do estado.