Senado Federal intensifica debate sobre direitos de motoristas de apps em meio à crise trabalhista
Em audiência, Comissão de Assuntos Sociais confrontará representantes de entidades e especialistas sobre a precarização do trabalho digital, enquanto projeto de regulamentação tramita no Con
O Senado Federal deu mais um passo crucial no debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos no Brasil. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (2) a realização de uma audiência pública que promete ser um divisor de águas na discussão sobre os direitos trabalhistas de motoristas e motofretistas de aplicativos.
A iniciativa, proposta pela senadora Leila Barros (PDT-DF), surge em um momento crítico, quando o Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, que visa regulamentar a atividade, encontra-se em tramitação no Congresso Nacional. O texto atual propõe a criação de uma nova categoria: o "trabalhador autônomo por plataforma".
"É muito clara minha intenção, todos sabemos da importância dos motoboys para o nosso dia a dia", enfatizou a senadora Leila Barros, destacando especialmente a questão da segurança desses profissionais. "Quando acontece um acidente, ele não tem nenhum direito garantido. Muitos deles vão para o SUS e, por vezes, não conseguem retornar ao trabalho por conta de sequelas dos acidentes", alertou.
Debate amplo e representativo
A audiência, ainda sem data definida, reunirá um grupo diversificado de especialistas e representantes do setor, incluindo:
Renan Kalil, procurador do Ministério Público do Trabalho
Ricardo Feste, professor da Universidade de Brasília
Abel Santos, presidente da Associação dos Motofretistas
Jair Almeida, presidente da Associação dos Trabalhadores por Aplicativos
Representantes da Secretaria de Regime Geral de Previdência Social
Representantes da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia
Contexto nacional
O debate ganha ainda mais relevância considerando que o PLP 12/2024, apresentado pelo governo federal, propõe mudanças significativas nas relações trabalhistas do setor. Entre os pontos principais da proposta em tramitação estão:
Jornada de trabalho de 8 horas diárias, podendo se estender até 12 horas em uma mesma plataforma
Contribuição para o INSS tanto por parte dos motoristas quanto das empresas
Garantia de direitos mínimos e maior transparência nas relações de trabalho
Benefícios específicos para mulheres motoristas
A audiência na CAS representa um momento crucial para o futuro das relações trabalhistas no ambiente digital, especialmente considerando o crescimento exponencial do setor nos últimos anos e os desafios enfrentados pelos trabalhadores em termos de remuneração, benefícios e segurança.
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