Em 1968, quando Donald J. Trump graduava-se em economia, na Universidade da Pensilvânia, o mundo assistia a uma revolução cultural, que, décadas mais tarde, ressoaria nos discursos de combate aos legados desse movimento nas campanhas do “novo” presidente republicano.
Maio de 1968, na França e no mundo, ressignificou o papel do indivíduo em sociedade ao se contrapor aos domínios das instituições e ideologias hegemônicas no mundo. Escola, universidade, família, capitalismo, socialismo soviético, Estado. Tudo passou a ser visto como instrumentos de controle social.
Mais do que liberdade, a palavra de ordem tornou-se libertação. Libertar-se das amarras do machismo, homofobia, degradação ambiental, patriarcalismo, entre outros, passou a compor a gramática dos novos movimentos sociais, que ganhariam força ao longo das décadas vindouras.
No entanto, de forma estrutural e, ao mesmo tempo, paradoxal, as novas ideias libertadoras foram absorvidas por uma nova concepção neoliberal de mundo. Quem identifica parte desse processo é o professor Mark Lilla, autor do livro “O progressista de ontem e do amanhã: desafios da democracia liberal no mundo pós-políticas identitárias” (Ed. Cia das Letras).
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