Dos 1823 advogados que disputaram as eleições deste ano, apenas 133 se elegeram, menos de 8% do total. Desses, 78 assumirão uma vaga em legislativos estaduais; 38 na Câmara dos Deputados; e três no Senado Federal. Além disso, dois profissionais do Direito foram ao segundo turno para governador e outros três seguem na disputa por executivos estaduais na condição de vice.
Dos advogados, alguns têm carreiras de sucesso na política institucional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A maioria, porém, não conseguiu repetir nas urnas o bom desempenho nas disputas internas da Ordem.
A exceção foi para o ex-presidente da OAB no DF Ibaneis Rocha (MDB), que começou o pleito com 2% nas pesquisas e foi para a corrida pelo governo do DF no segundo turno na primeira colocação, com quase 42% da preferência do eleitorado.
Outro envolvido na OAB da capital é Paulo Roque (Novo), que foi derrotado na eleição da presidência da entidade em 2015 e terminou a disputa ao Senado na sexta colocação, com 7,7% dos votos. João Pedro dos Passos (PPL), que foi procurador-geral do Ministério Público do Trabalho e presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, concorreu com Roque, com a candidatura sub judice, e teve pouco mais de 1% dos votos.
Em Sergipe, Henri Clay (PPL) pediu licença da presidência da OAB para disputar uma vaga de senador, mas ficou em sétimo colocado, com 5,9% da preferência da população.
No Pará, Jarbas Vasconcelos (PV), que foi duas vezes presidente da entidade no estado, acabou em sétimo para o Senado e apenas 6,29% da população votou nele.
Dos candidatos a governador, além de Ibaneis, outros dois com graduação em Direito também estão no segundo turno, mas nenhum deles é advogado. No Rio de Janeiro, o ex-juiz e ex-presidente da Associação dos Juízes do RJ e do Espírito Santo Wilson Witzel (PSC) foi para o segundo turno. No Rio Grande do Norte, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo segue na disputa — apesar de ser formado em Direito, ele nunca exerceu a profissão.
Contra ele, concorre como vice de Fátima Bezerra (PT), o procurador estadual Antenor Soares, presidente do PCdoB local. Outra vice que segue na corrida para ser o segundo nome mais importante de Executivo estadual é a advogada Daniela Reinehr, que compõe a chapa do PSL em Santa Catarina junto com Comandante Moisés.
Já o Senado terá Rodrigo Pacheco (DEM) como um de seus integrantes. Eleito por Minas Gerais, ele é deputado federal atualmente e trabalhou por muitos anos como advogado criminal. Na Câmara, inclusive, foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avalia a constitucionalidade dos projetos de lei.
Com ele, estará no Senado o advogado Rodrigo Cunha (PSDB), pós-graduado em Direito do Consumidor e atual deputado estadual. Notabilizou-se por ter sido superintendente do Procon em Alagoas, quando também foi vice-presidente da Associação Brasileira de Procons.
Formado em Direito e cartorário, Denis Bezerra (PSB) estreará na Câmara dos Deputados no próximo ano: ele se elegeu com 111 mil votos pelo Ceará. Outra novata é advogada Caroline de Toni, do PSL, que se elegeu por Santa Catarina. Já Paulo Abi Ackel (PSDB) vai para o quarto mandato na Câmara como representante de Minas Gerais. Além de ter advogado por muito tempo, ele também foi juiz do Tribunal Regional do Trabalho de MG.